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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Criação do Setor Noroeste faz parte de contexto das discussões imobiliárias brasilienses e levanta controvérsias!

Afinal, o bairro será 'verde' ou causará impactos ao meio ambiente?
Especialistas e representantes do Governo embatem o tema



Vista aérea do Setor Noroeste. Construção do novo bairro gera discussões entre governo, setor imobiliário e ambientalistas (Monique Renne/CB/D.A Press )
Vista aérea do Setor Noroeste. Construção do novo bairro gera discussões entre governo, setor imobiliário e ambientalistas
 
A idealização do Setor Noroeste não é recente. Em “Brasília Revisitada”, de 1985-1987, projetos elaborados pelo arquiteto e urbanista Lucio Costa já remetiam à concepção do local. Atualmente, o plano urbanístico de construção do bairro que contará com 44 superquadras não é o mesmo elaborado no fim dos anos 80. Com isso, a criação do setor levanta controvérsias. Enquanto o órgão governamental responsável pela licitação do local, a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), anuncia características de um bairro sustentável, denominado “cidade-parque” ou “ecovila”, especialistas destacam impactos ambientais decorrentes da construção do setor.

Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o local destinado ao Setor Noroeste constitui-se como a última área de mata virgem de cerrado do Plano Piloto de Brasília. Apesar do estabelecimento de exigências ambientais, a Terracap conta com a licença de instalação no local concedida pelo Ibama-DF.

Membro fundador do Instituto de Permacultura, Ecovilas e Meio Ambiente (Ipoema), e professor do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB), Cláudio Jacintho questiona a criação do setor. “A questão do Noroeste nos remete a uma série de aspectos passíveis de reflexão. Inicialmente, a contradição latente de um bairro que se declara ecológico trazer impactos diretos ao ambiente, com total supressão de uma das últimas reservas de cerrado”, afirmou o membro do Ipoema. Para ele, um modo de vida e de habitação que venha a ser ecológico deve minimamente coexistir com a natureza que o cerca. “A aplicação do conceito de ecológico, no caso do Noroeste, evidencia exclusivamente uma estratégia de marketing, não condizente com a realidade do projeto. As ações em prol da sustentabilidade a que o bairro se propõe, não assumem um caráter profundo de mudanças nos padrões degradantes da construção civil, restringindo a paleativos que buscam apenas minimizar alguns dos seus impactos”, completou Jacintho.

O pesquisador propõe que, para um bairro ser sustentável, ele deveria não gerar lixo nem esgoto e aproveitar a água da chuva para uso racional da água e para recarga de aquíferos, tendo autonomia e efetividade para transformar esses impactos em ações positivas. “Enfim, o fato de se substituir descargas de dez litros por quatro e uma ampla área verde desértica por grama, não são suficientes na construção de uma cultura ecológica”. A missão do Instituto fundado também por Cláudio Jacintho é ampliar a participação da sociedade na construção de um modelo de sustentabilidade proposto pela Permacultura, prática que envolve o planejamento de ambientes sustentáveis.


Frederico Flósculo, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), atestou as diferenças entre o projeto idealizado por Lucio Costa e o plano de construção em vigor. “As áreas que Lucio Costa delimitou eram cinco a seis vezes menores que as áreas que os últimos governos pespegaram aos planos urbanos de Brasília: especulação imobiliária pura, sem a menor fundamentação ambiental”, declarou o arquiteto. Flósculo afirmou que o Noroeste será construído sobre uma rara formação de aquífero, composta por uma reunião de bolsões do lençol freático do sistema Bananal, que alimenta o Lago Paranoá.

O pesquisador da UnB destacou, que além de causar impactos à natureza, a criação do local não prevê planos de recuperação dos elementos do ambiente. “Como pode pretender ser ‘ecológico’ se não tem plano de manejo do solo, da vegetação, de fauna e flora, se o cerrado é apenas substituído pelo gramado que é plantado sobre as grandes lajes de suas garagens subterrâneas?”, indagou. Além disso, segundo o professor, pode-se prever uma nova sucessão de modificações urbanísticas quando a área for habitada. “O impacto sobre o trânsito na Asa Norte e no Eixo Monumental será severo, pois seu acesso implicará necessariamente em enorme cirurgia urbana nos eixos de acesso por meio do Palácio do Buriti”, concluiu.

Índios
Outro problema em questão é o fato de o local ser residência, há mais de 30 anos, de dez famílias contendo cerca de 30 índios de cinco diferentes etnias que reivindicam a posse da terra e se recusam a sair do local que afirmam ser sagrado, chamado Santuário dos Pajés. Além disso, existem questões socioeconômicas que envolvem a criação do setor. Ao desalojar indígenas de lá, a venda de imóveis do bairro será destinada a segmentos de alta renda da cidade, com a promessa do metro quadrado mais caro de Brasília. Como solução para essa problemática, o professor Flósculo propôs pensar a ocupação do espaço adequando-o à reserva indígena do Santuário dos Pajés. “Sugiro a demarcação da área destinada, que deveria trazer um novo padrão de ocupação para todo o Setor Noroeste, como um grande Parque da Nacionalidade Brasileira, com a preservação efetiva do solo, das águas e do subsolo, e com a parcimoniosa construção de monumentos”, indicou o acadêmico.

Representantes do Governo minimizam conflitos sociais e impactos ambientas relacionados à criação do setor. A assessoria de comunicação da Terracap se pronunciou por meio de documentos que explicitam a posição do presidente do órgão, Antônio Gomes. “A juíza Gildete Silva Balieiro, da Vara de Registro Público do DF, proferiu sentença em novembro de 2008, considerando os índios invasores de terras públicas”, alegou o representante máximo do órgão, em janeiro de 2009, à época da inauguração do novo bairro. Os indígenas, que ocupam 12 hectares do Noroeste, continuam recorrendo na Justiça pela posse das terras. Segundo Gomes, “eles (membros do Santuário dos Pajés) estão perdendo todos os recursos, todas as ações na Justiça, o que nos faz acreditar que eles vão deixar a área por decisão judicial. Mas mesmo que eles permaneçam lá, nada impede que aconteça a venda das primeiras projeções e a construção dos primeiros prédios. A realidade é que esses índios, que querem R$ 75 milhões de indenização, sairão do Noroeste sem direito a nada”, declarou o presidente da Terracap por meio do documento.

No plano urbanístico do Setor Habitacional Noroeste, a Terracap se pronuncia de maneira sucinta quanto às razões para se considerar o setor como “ambientalmente correto”. Por exemplo, haverá a conservação e proteção dos recursos hídricos, “ao reduzir a descarga pluvial sobre o ribeirão Bananal, e o uso de água não tratada para as atividades de irrigação, lavagem e lazer dos espaços públicos”. Ou, ainda, de acordo com o plano, “haverá a valorização e proteção da biodiversidade por meio do aumento das áreas verdes e de um paisagismo que priorize as espécies nativas”. Questionada mais uma vez quanto à questão ambiental do setor e convidada a comentar as opiniões dos especialistas, a assessoria do órgão não quis se pronunciar sobre os impactos à natureza proporcionados pela construção do novo bairro.
 
 
Fonte: Redação - Lugar Certo Publicação: 21/04/2011

A Fuga dos Animais - Com o início das obras do Noroeste, bichos estão mudando de habitat e procurando outros locais do Plano Piloto

 
Caso apareça em sua casa uma cobra, uma coruja ou variadas borboletas, não se espante! Esses animais estão deixando a região do Setor Noroeste e procurando uma nova moradia. Para abrigar 40 mil pessoas divididas em 20 superquadras e 220 blocos de apartamentos, as primeiras derrubadas de árvores começaram a ser feitas e vários animais estão desabrigados. Dos 300 hectares que compõem o setor, apenas 58 ficarão preservados.
 
Moradores de regiões como Asa Norte, Setor Militar Urbano e Setor de Oficinas Norte já estão sentindo a presença dos novos companheiros de endereço. Em novembro do ano passado, por exemplo, uma capivara foi vista na 108 Norte, lembra a economista Patrícia Almeida. “Os animais que ficam à mercê dessa questão toda”, critica.
 
A aposentada Sandra Fayad, 61 anos, percebeu o aumento de animais que tem visitado sua residência, localizada na 713 Norte. Por ter na frente de casa uma horta e também o cultivo de plantas ornamentais, o seu quintal tornou- se um atrativo especial. Segundo ela, desde outubro, quando começaram as primeiras derrubadas de árvores no Noroeste, o jardim está movimentado de pássaros e borboletas e ela perdeu as contas da quantidade de diferentes espécies que têm aparecido. “Aqui só vinha borboleta branca, agora apareceu uma escura avermelhada muito bonita.” A goiana conta que vários pássaros têm tentado competir com o beija-flor que sempre foi assíduo freqüentador da casa. “Mas o beija-flor é bravo e não deixa os outros beberem sua água, por isso, coloquei uma vasilha no chão para as outras espécies utilizarem”, diz.
 
Pouca proteção
 
O motivo das “invasões” se deve a várias questões que vão além da diminuição brusca de área verde. O relatório de impacto ambiental feito em 2003, com modificações em 2008, prevê poucas medidas de proteção para os animais que viviam no local, tanto que o próprio texto admite que “a perda da área pode excluir imediatamente algumas espécies, se as mesmas forem raras”. Para protegê-las, o documento fala em murar o futuro Parque Burle Marx e isolar o fluxo de animais para as quadras do Noroeste. O relatório também sugere um monitoramento da fauna, e investimento em programas de manejo e manutenção. Porém, o texto é vago e não diz quando essas ações devem ser realizadas e se acontecerão. Por isso, até hoje nada do sugerido foi executado, mesmo com as obras já em andamento.
 
A bióloga Ana Paula Inglez, analista do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis no Distrito Fedederal (Ibama-DF), explica que, apesar de sugerido, o resgate de fauna em uma área como a do Noroeste não é necessário, uma vez que é pequena, dentro da cidade e a ocupação do terreno está ocorrendo de forma gradual, isto é, por etapas. “Estão usando trator, se fosse fogo, que destrói a vegetação em uma semana, aí sim, morreriam mais animais.” Para ela, toda construção tem impactos e a do Noroeste está dentro da normalidade, por isso, em um primeiro momento, os animais que ali viviam vão procurar outros abrigos, que podem ser ou não, um imóvel no Plano Piloto. Muita gente critica o Noroeste e mora em condomínio irregular, que tem muito mais impacto ambiental”, afirma Ana Paula.
 
Já o professor de geografia Valdir Steinke, da Universidade de Brasília, adota uma postura crítica em relação ao licenciamento ambiental conferido ao Noroeste. Segundo ele, justamente por estar dentro de um perímetro urbano, o cuidado com a área deveria ser maior. “Quando esses animais forem procurar refúgio o que eles vão encontrar? Construção. E as pessoas vão matar esses animais se eles chegarem à casa delas, é o nosso instinto de defesa. Vão sobreviver aqueles que conseguirem chegar ao Parque Nacional”, alerta.
 
Refúgio para as espécies
 
No intuito de traçar uma rota de fuga desses animais desabrigados no Noroeste, o relatório de impacto ambiental propõe um corredor ecológico, isto é, pontos de vegetação que os animais usariam como refúgio até chegarem ao destino final, como o Parque Nacional de Brasília, com 30 mil hectares preservados, o Parque do Guará, com 310 hectares, e a Área de Relevante Interesse Ecológico Santuário de Vida Silvestre do Riacho Fundo, com 480 hectares. 
 
 
O Parque Nacional, com 30 mil hectares preservados, é um refúgio natural
 
 
O problema é que o corredor imaginado é em linha reta, não circular, como o que realmente ocorre com as espécies em fuga. Além disso, a rota não leva em consideração importantes obstáculos, como o Autódromo de Brasília, no sentido do Parque do Guará e da ARIE de Riacho Fundo, e a Via Epia, em direção ao Parque Nacional, cujo fluxo diário é de 160 mil veículos. “Vários animais, como roedores e répteis, não vão conseguir seguir esse corredor, além das grandes distâncias, eles não conseguirão transpor esses obstáculos urbanos”, analisa o professor Valdir Steinke. “Colocar toda essa seta como corredor ecológico é extremamente pretensioso, no sentido Parque Nacional até pode ser, mas no sentido Asa Sul, com Eixo Monumental e estádio no meio, é impossível. Só os pássaros, e olhe lá”, completa.
 
Abrigo limitado
 
O próprio Parque da Cidade é considerado urbano e não tem finalidade conservacionista. O Burle Marx, apesar de considerado parque ecológico, tem um projeto parecido com o do Parque da Cidade, o que limita sua capacidade de abrigo da biodiversidade. “O Noroeste agia como uma ilha de preservação conectada a outras, onde o animal poderia se deslocar. Sem ele, há uma falha. E o primeiro impacto é esse, é o primeiro que se sente e que as pessoas que moram próximas à região vão sentir”, diz o professor.
 
Dentre as principais espécies encontradas estão morcegos, calangos, pássaros, cobras, roedores, gambás e cachorro-do-mato. “No começo, em outubro, novembro, a gente ainda via muita cobra, pássaro, hoje, com o campo limpo, os bicho já sumiram tudo”, conta Vicente Ribeiro, 46 anos, encarregado da drenagem de uma obra no Noroeste.
 
De acordo com Companhia de Polícia Militar Ambiental, em todo o DF está aumentando a apreensão de animais silvestres em locais domésticos. Em janeiro e fevereiro do ano passado, foram 90 apreensões, no mesmo período em 2010, esse número subiu para 120.
 
 

Memória
Confusão de órgãos
Desde 1997, quando começaram a ser produzidos os primeiros volumes dos 24 que hoje compõem o Estudo de Impacto Ambiental, o processo de licença já conheceu nomes diferentes do mesmo órgão, passou pela mão de vários analistas e especialistas e mudou de instituição de competência. Começou com o Instituto de Ecologia e Meio Ambiente do Distrito Federal, passou para a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, foi para o Ibama-DF e agora está aos cuidados do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do DF.
O relatório e estudos de impacto ambiental são feitos por uma empresa contratada pela Terracap, que é a responsável pelo empreendimento. Depois de concluído, esse estudo é utilizado para a liberação ou não da construção. Por isso, toda essas idas e vindas dos processos são responsáveis por essa confusão de licenças. Cada órgão culpa o outro por qualquer problema no relatório de impacto ambiental.
As duas licenças — prévia e de instalação — foram expedidas pelo Ibama-DF, mas quem está cuidando da área agora é o Ibram. “Se for constatado algum dano ambiental fora da licença preconizada, as obras podem parar a qualquer momento”, explica a analista do Ibama, Ana Paula Inglez.


Fonte: Matéria escrita por Flávia Maia e publicada no jornal Correio Braziliense em 04/04/2010

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Pela Restauração da Mata Atlântica

 

 

Lançado em abril de 2009, o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica reuniu instituições ambientalistas, indivíduos, empresas e governos com o objetivo de promover a restauração florestal em larga escala. Inédita até então, a iniciativa visava à integração de ações e da ampliação do alcance de diversos projetos isolados, criando sinergias entre os diferentes agentes que já atuavam na região.
O Pacto chegou em abril de 2011 com muitos motivos para comemorar: o site reúne pelo menos 170 organizações comprometidas em viabilizar e restaurar 15 milhões de hectares até 2050, o que levará a Mata Atlântica a ter 30% de sua cobertura original. Atualmente, menos de 12% da área total ainda existe.
Entre as ações pioneiras lançadas recentemente estão a atualização do Mapa de Áreas Potenciais para Restauração Florestal, que ampliou a área analisada para os Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe, e a construção do Protocolo de Monitoramente de Projetos de Restauração Florestal, que padroniza a metodologia de todos os projetos envolvidos.
No Ano Internacional das Florestas, os dois anos do Pacto devem ser não só comemorados mas também divulgados. Afinal, com esse cadastro nacional de inciativas e projetos de restauração está sendo possível conhecer o estágio atual da restauração ecológica na Mata Atlântica, e potencializar os ganhos das iniciativas.
A promoção das trocas de experiências também é um aspecto especialmente positivo, que coloca o Brasil em local de destaque com relação às pesquisas relacionadas a preservação e restauração de matas nativas.
Para saber mais sobre o Pacto, acesse este documento disponível no site oficial, que contém todos os dados relacionados ao projeto.



Fonte:  http://essetalmeioambiente.com/pela-restauracao-da-mata-atlantica/

domingo, 10 de julho de 2011

Poluição Visual







A poluição visual é bem comum nos meios urbanos. Imagens de outdoor, cartazes, e outros meios de comunicação servem para transmitir informações, entretanto, o uso excessivo destes recursos pode ser considerado poluição. O excesso de informações e propagandas pode causar stress, desconforto visual, distração para os motoristas, etc.

A poluição visual se encaixa no que é definido pela Lei 6.938/81 em seu Art. 3°, III, alínia d, como a “... degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente... afetem as condições estéticas e/ou sanitárias do meio ambiente;”. 
Segundo a Lei de Crimes Ambientais, Lei 9.605/98, Art. 65, apenas a pichação é considerada crime a qual é aplicada a pena de detenção e multa. Todavia, alguns municípios tem adotado algumas medidas específicas por conta própria para tentar diminuir a poluição visual. Em São Paulo, no ano de 2006, a Lei Municipal 12.115/96 que regulamentava a fixação de anúncios publicitários pela cidade foi revogada pela nova Lei Municipal 14.233 que ficou conhecida como a “Lei Cidade Limpa”. 
A medida causou grandes transformações na cidade criando restrições para os anúncios indicativos fixados no próprio local do estabelecimento e proibiu anúncios publicitários em táxis, ônibus, bicicletas, outdoors, painéis, backlights e frontlights em fachadas de prédios.



Fonte: TCC Ecopedagogia: Desenvolvendo a Consciência Ecológica ( Gabriela D. P. Faria)

sábado, 25 de junho de 2011

Coleta Seletiva








 Coleta seletiva é o processo de separação e recolhimento de materiais recicláveis: papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos, que podem ser reutilizados ou reciclados. Ela pode ser utilizada na geração de empregos, aproveitando os “catadores de lixo” dentro de uma atividade mais vantajosa e com condições de salubridade melhor administrada.
A coleta seletiva é um instrumento concreto de incentivo a redução, a reutilização e a separação do material para a reciclagem, buscando uma mudança de comportamento, principalmente em relação aos desperdícios relacionados ao consumo desenfreado e irresponsável. Compreende-se então que é preciso minimizar a produção de lixo e maximizar a reutilização, além de diminuir os impactos ambientais negativos decorrentes da geração de resíduos sólidos. É importante citar que os resultados mais significativos de um processo de coleta seletiva são o combate ao desperdício e a preservação ambiental. O compromisso social e o retorno econômico podem ser acrescentados aos benefícios alcançados.

As cores das lixeiras utilizadas para a separação de lixo são: 

Azul para papel e papelão; Verde para vidro; Amarelo para metal (alumínio e metais ferrosos); Vermelho para plástico; Marrom para lixo orgânico (restos de alimentos ou podas de árvores que podem ser transformados em adubo); Cinza para rejeito (material sujo e/ou que não serve para a reciclagem);
Preto para madeira; Laranja para resíduos perigosos; Branco para resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde; Roxo para resíduos radioativos.


É imprescindível também estabelecer um local prático e de fácil acesso para a colocação desses recipientes.






Fonte: TCC Ecopedagogia: Desenvolvendo a Consciência Ecológica

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Nosso Planeta pede Socorro! ( Parte 3 )




Inúmeras mudanças nos nossos hábitos e atitudes não afetarão o nosso conforto e bem estar, e, no entanto, trarão benefícios imensos ao Planeta: desde o uso racional da Internet (com seus 200 milhões de acessos diários, já equivalem a uma emissão de 1,5 milhão de quilos de CO2 por dia), economia de água e energia, eliminação de todo tipo de desperdício, participação no combate à miséria, coleta seletiva do lixo, reciclagem de tudo que for possível, substituição dos nossos carros por modelos mais econômicos e, preferencialmente, a álcool que é menos poluente.
Este último item é gravíssimo e não estamos dando importância a ele; nossos carros consomem, cada vez mais, recursos naturais não renováveis: estamos na contra mão do que seria a conservação da Natureza.
E como item fundamental para mudanças nos nossos hábitos: comprarmos somente o necessário, através do consumo consciente e do desapego, com menos roupas, menos sapatos, menos brinquedos, menos trocas e compras de celulares e computadores, menos móveis, menos louças, menos milhares de outros itens.
Para a produção de tantas coisas desnecessárias que compramos, todas as matérias primas, na grande maioria não renováveis, são retiradas da Natureza. Não esqueçamos que para produzir 1 grama, 1 quilo, 1 tonelada de um determinado material, muitas vezes, é necessário retirar várias toneladas de matéria prima da Natureza.
Não se trata simplesmente de não consumir, mas de consumir responsavelmente.
Todos os caminhos que tomarmos nessa empreitada para reverter a devastação do Meio Ambiente, com certeza nos conduzirão para o consumo responsável e o combate à miséria no Planeta, numa nova ótica “Sócio-Econômico-Ambiental”. Podemos fazer a nossa parte, não apenas mudando nossos hábitos, mas, também, apoiando, ajudando e copiando iniciativas de organizações, como a MSF (Médicos Sem Fronteiras no Mundo), que levam atendimentos humanitários às comunidades mais carentes do Brasil e no restante do Planeta.
Por um lado, existem agressões ao Planeta, provocadas pelo consumismo, pelo desperdício, pelo luxo, pelos gastos com armas (3 trilhões de reais por ano no Planeta), com drogas (1,5 trilhão por ano), com cigarros (120 bilhões por ano, só na Europa). Por outro lado, bastariam, por exemplo, 25 bilhões para que toda a população da Terra tivesse acesso à água potável, valor insignificante se comparado aos outros valores. Vale ressaltar que, enquanto o PIB no Planeta cresceu 134% na década de 1990, a miséria cresceu 1000%.
Outro fato triste é o incentivo ao desmatamento das florestas naturais. A cada minuto, 25 hectares de florestas, que são responsáveis por 75% de toda a biodiversidade, são destruídos no Planeta. A Floresta Amazônica é a mais devastada de todo o Globo. Nos últimos 9 anos, foram devastados mais de 16 milhões de hectares de sua superfície; são 1,3 milhão de hectares devastados e 500 bilhões de quilos de CO2 jogados na atmosfera por ano.
Do total de gases do efeito estufa emitidos no Brasil, 70% é devido ao uso da terra: além do CO2, são emitidos os gases Metano e o Óxido Nitroso, muito mais prejudiciais ao Meio Ambiente do que o CO2.
A pecuária é responsável por 75% dessa devastação. Nas cidades com grandes rebanhos o Índice de Desenvolvimento Humano é igual ao dos países mais pobres do Planeta. É uma atividade extremamente predatória do Meio ambiente, sem geração de empregos ou distribuição de renda. Devido a toda essa devastação, nos últimos cinco séculos mais de 800 espécies de animais e plantas foram extintas; outras 17 mil estão ameaçadas hoje no Planeta. No Brasil, em 1992, 330 espécies de fauna e flora estavam ameaçadas de extinção; em 2008, o número pulou para 1100 espécies ameaçadas.
Após estas reflexões, com certeza, não seremos mais os mesmos em relação ao nosso Planeta e a todos os habitantes que nele residem. “Ao adquirirmos um conhecimento, assumimos um compromisso com esse conhecimento”.





Fonte: TCC - Ecopedagogia: Desenvolvendo a Consciência Ecológica ( Gabriela D. P. de Faria )

sábado, 21 de maio de 2011

Nosso Planeta pede Socorro! ( Parte 2 )





Afirmam os estudos que, se não ocorrerem mudanças profundas e urgentes nos nossos hábitos e atitudes de consumo e respeito ao Meio Ambiente, já em 2020 terão desaparecido muitas outras espécies vegetais e animais que levaram bilhões de anos de penoso trabalho evolutivo.
Em 2100 as temperaturas médias do Planeta terão aumentado 8°C e a vida no Planeta estará inviabilizada. O Hemisfério Sul, onde se localiza o Brasil, será o mais afetado. Sabe-se que variações de apenas 1 a 2°C causam grandes alterações nos ciclos biológicos dos vegetais e animais, incluindo também a humanidade.
Segundo a corrente otimista entre os cientistas, o aumento de temperatura no Planeta não poderá ultrapassar a 2°C em relação ao fim do Século XVIII. Acima disso, aumentam as possibilidades das catástrofes ambientais.
Para os mais cautelosos, esse aumento não poderá ultrapassar 1°C, pois uma elevação de 1,5°C já será suficiente para o derretimento de todo o gelo do Ártico e da Groelândia, o que causará uma elevação do nível dos oceanos em até 7 metros. Terá desaparecido a maioria das cidades litorâneas e das ilhas habitadas dos oceanos pelo degelo dos pólos, que está ocorrendo numa velocidade superior às piores previsões científicas. Terão desaparecido também, 97% dos recifes naturais de coral e com eles, várias espécies de peixes, e 80% da população humana, pela falta de água e de alimentos e por doenças. Os outros 20% estarão vivendo nos pólos.
A população ainda está equivocada, porque age como se a salvação do Planeta estivesse na mão dos cientistas, das ONGs, governos, leis, entidades, ou obras faraônicas; Salvar o nosso Planeta não está lá fora, está dentro de cada um de nós, nas pequenas atitudes, mas que fazem grande diferença.
Como exemplo simples, se um terço da população economizasse uma única folha de papel, seriam mais de 3 bilhões de folhas, 4 milhões de resmas, equivalentes a quantas árvores? Estas podem ser respostas, mesmo à custa de agressões ao Meio Ambiente, mas e os outros danos provocados pela produção do papel?



Fonte: TCC - Ecopedagogia: Desenvolvendo a Consciência Ecológica (Gabriela Faria)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Nosso Planeta pede Socorro! ( Parte 1 )





A Terra levou mais de 4 bilhões de anos para fazer as árvores, e nós, em poucas décadas, a transformamos numa paciente que está na UTI. O desperdício e o consumo não responsável de um terço da população, sugando recursos naturais (água, árvores, metais, petróleo, etc.) que levaram bilhões de anos para se formarem, poluem o ar, as águas e o solo; secam as nascentes; exterminam as espécies animais; dizimam as florestas naturais, extenuando a Terra, em prejuízo dos dois terços que menos consomem, dos quais 1 bilhão de pessoas são desnutridas crônicas, ou, conforme Bill Clinton, “dormem com fome”. “Dizem que o hábito suja os olhos; a gente olha, mas não vê”. Habituamos ao consumismo e ao desperdício, a olharmos e não vermos tanta fome e miséria.
Já são 300 milhões de pessoas atingidas pelos desequilíbrios climáticos no Planeta. Em 2030, serão 500 milhões e, em 2050, mais de 1 bilhão. Morrem por ano mais de 300 mil pessoas devido aos desequilíbrios climáticos; em 2050, serão 500 mil mortes por ano. Os países subdesenvolvidos e em desenvolvimento assumem o ônus de 99% das perdas humanas e 90% das perdas econômicas nas tragédias climáticas.
Os 17 países que mais poluem, são responsáveis por 80% das emissões de gases que provocam o aquecimento global. Os 50 países mais pobres são responsáveis por apenas 1% das emissões. O Brasil, com todos os recursos naturais que possui, é o 4° maior poluidor do Planeta.
Outros dados que mostram as diferenças sociais e de consumo são os referentes à produção de lixo pelas populações: em média, uma pessoa produz 1000 gramas de lixo por dia, resultando no total assustador de quase 1 bilhão de toneladas por ano no Planeta. Enquanto nos Estados Unidos, o maior produtor de lixo do Planeta, cada pessoa produz diariamente 1800 gramas de lixo (em Nova York, a média é ainda maior: 3000 gramas), os países pobres produzem, em média, 430 gramas por pessoa por dia. No Brasil, a média diária é de 880 gramas por pessoa, mais que o dobro dos países pobres.
No Brasil, são produzidas mais de 2 milhões de toneladas de lixo urbano por ano. Apenas metade tem destinação adequada; a outra metade vai para os lixões. Nesses números não estão inclusos os resíduos industriais, que eram 3 milhões de toneladas em 2004 e 7 milhões de toneladas em 2007, somente dos resíduos que tiveram o destino certo.
Contribuindo ainda mais para mostrar o tamanho das diferenças sociais e de consumo, 80% dos recursos minerais explorados no Planeta são consumidos por apenas 20% da sua população: Os que menos consomem e menos poluem, são os mais penalizados.




Fonte: TCC - Ecopedagogia: Desenvolvendo a Consciência Ecológica (Gabriela Faria)

domingo, 1 de maio de 2011

Poluição Nuclear






A poluição nuclear é ocasionada pela destinação incorreta ou vazamento de resíduos radioativos proveniente de diversas fontes que utilizam a energia nuclear, como por exemplo, as usinas nucleares ou aparelhos de raio-x, e se caracteriza pelo elevado grau de periculosidade devido a capacidade de causar alterações nas estruturas das células, provocando assim, alterações no organismo como um todo. O lixo nuclear, na prática, polui menos do que o lixo comum produzido pelas indústrias e residências porque o primeiro possui um rigoroso controle de destinação e gerenciamento enquanto o segundo encontra-se em qualquer lugar e, embora legalmente devesse, não é bem gerenciado. A enorme e importante diferença é que o lixo nuclear possui a capacidade de permanecer ativo por milhões de anos exigindo o monitoramento constante e, em caso de acidentes as conseqüências são muito mais graves podendo, inclusive, causar danos por várias gerações, como por exemplo o caso do acidente com o Césio-137 em Goiânia para o qual foi criada uma Superintendência permanente para tratar as vítimas do acidente (Superintendência Leide das Neves).



Fonte: TCC - Ecopedagogia: Desenvolvendo a Consciência Ecológica

domingo, 24 de abril de 2011

Poluição da Água







A poluição da água resulta do lançamento de esgoto residencial ou industrial não tratados em cursos de água (rios, lagos ou mares) ou fertilizantes em alta quantidade que o corpo da água não pode absorver naturalmente. Estudos da Comissão Mundial de Água e de outros organismos internacionais demonstram que cerca de 3 bilhões de habitantes em nosso planeta estão vivendo sem o mínimo necessário de condições sanitárias. Em virtude desses graves problemas, espalham-se diversas doenças como diarréia, esquistossomose, hepatite e febre tifóide, que matam mais de 5 milhões de seres humanos por ano, sendo que um número maior de doentes sobrecarregam os precários sistemas de saúde destes países.
Os contaminantes mais comuns são substâncias tóxicas, agentes tensoativos, partículas sólidas, nutrientes em excesso, compostos orgânicos biodegradáveis, elementos que contenham CO2 em excesso (fumaça industrial, por exemplo), substâncias radioativas, agentes patogênicos e contaminação térmica.




Fonte: TCC - Ecopedagogia: Desenvolvendo a Consciência Ecológica  (Gabriela D. P. de Faria)

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Poluição do Solo








A poluição do solo é resultado da introdução de organismos xenobióticos (do grego “xenos”, estranho ou estrangeiro, e “bios”, vida, formando “forma de vida estranha àquele ambiente”) e dos resíduos químicos que são despejados sem cuidado algum. 
A poluição geralmente deriva da ruptura de tanques sépticos, da infiltração de água contaminada através do solo, da introdução de pesticidas, despejo de óleo e combustíveis, locais inapropriados de despejo de lixo, agrotóxicos, etc.
Os contaminantes mais comuns são hidrocarbonetos, solventes, pesticidas, chumbo e demais metais pesados.




Fonte: TCC: Ecopedagogia - Desenvolvendo a Consciência Ecológica (Gabriela D. P. Faria)

domingo, 20 de março de 2011

Absorvente que dura de três a cinco anos: não prejudica a saúde da mulher nem o meio ambiente e ainda representa uma grande economia!!!




Deixar de lado os absorventes descartáveis e poluentes traz 
muitos benefícios para a nossa saúde. 
O principal é que livramo-nos da dioxina
uma substância altamente cancerígena e poluente que aparece como resultado do uso de cloro para deixar os descartáveis 
branquinhos.
Já o modSer, feito de tecido 100% algodão, não produz alergia, é reutilizável e tão higiênico quanto uma calcinha! 
Seu uso resguarda nossas partes genitais dos agentes químicos que causam câncer de mama e deficiência imunológica, 
entre tantos outros males.
E o melhor: as mulheres que fazem uso dele contam que os sintomas da TPM e as cólicas menstruais 
diminuem a partir do segundo mês. 
Além de notarem uma grande diferença no odor menstrual, que se torna bem mais suave!

Os absorventes ecológicos modSer são saudáveis também para o planeta. 
Depois de 5 anos de uso aconselha-se enterrá-los no jardim ou numa pilha de 
compostagem, 
pois em menos de 1 ano serão reintegrados à natureza sem causar poluição, 
ou seja, são biodegradáveis
Com os absorventes descartáveis acontece o contrário, uma vez que não são biodegradáveis.
E já que o sangue menstrual é extremamente nutridor e bioenergizador, 
é possível aproveitá-lo junto com a água sem sabão da primeira lavagem para regar as plantas. 
Nutrir o solo com o nosso sangue e ver as plantas se tornarem mais viçosas nos faz interagir com a Natureza 
de forma profunda e comovente.


  Ao longo da vida fértil, aproximadamente 35 anos, 
cada mulher fica menstruada em média 2.200 dias, totalizando aproximadamente 432 ciclos menstruais. 
Em cada ciclo, a mulher joga no lixo entre 10 a 15 absorventes descartáveis, que significa, 
ao longo da vida fértil, algo em torno de 10 mil desses absorventes.


modSer, pensando no seu maior conforto possui três modelos de absorventes reutilizáveis.
·         modSer diário: possui apenas uma cama de toalha interna para absorção, custa R$9,90
·         modSer Tradicional: uma capa com abas e duas camadas internas, custa R$12,50.
·         modSer Noturno: possui maior capacidade de absorção, custa R$15,20.

Todos eles duram de 3 a 5 anos.

A quantidade de absorventes depende da intensidade do fluxo menstrual. 
Por volta de 5 modSer (variando entre os modelos) pode ser uma quantidade boa para que dê tempo 
de lavar e secar com tranqüilidade.

Lavou, e o absorvente fica novo – 29 de março de 2009
Duas brasilienses desenvolveram um modelo renovável, que pode ser utilizado por cinco anos. Além de economizar, quem adere à iniciativa deixa de jogar no lixo 190 pedaços de plástico por ano
JOÃO CAMPOS
DA EQUIPE DO CORREIO

Mônica Passarinho e Nara Gallina com o Modser: absorvente de pano também é benéfico para a saúde da mulher

A ideia de usar um absorvente lavável, que chega a durar até cinco anos, pode parecer estranha à primeira vista. Coloca em jogo a relação da mulher com o próprio corpo e propõe uma mudança significativa de comportamento. Mas a motivação por trás da iniciativa de duas brasilienses em trazer o produto para a capital é nobre. E verde. Apesar de dividir opiniões, o Modser, como é chamado, significa um avanço na preservação ambiental e na economia doméstica. Inspirada na antiga forma de conter o sangue da menstruação - quando se usava toalhas de algodão na calcinha -, a alternativa começa a ganhar adeptas na cidade. Especialistas afirmam que o modelo diminui os riscos de alergia e preserva a saúde da mulher, mas alertam para os cuidados na higienização do material.

Essa história começou em 2005, quando a estudante de biologia Mônica Passarinho, 25 anos, fez uma viagem pela América do Sul. Na Venezuela, conheceu uma australiana que tinha comprado um absorvente ecológico na Inglaterra - absorventes biodegradáveis ou reutilizáveis são vendidos em supermercados e lojas de países da Europa e nos Estados Unidos. "Achei interessante e, como precisava economizar, resolvi comprar o material e fazer um para mim", lembrou. No entanto, a produção e venda do Modser em Brasília começou no início de 2008, quando Mônica conheceu a arquiteta Nara Gallina, 24, no Instituto de Permacultura Ecovilas e Meio Ambiente (Ipoema), ONG da cidade. "Já conhecia alguns modelos pela internet e tinha vontade de trazer o produto para cá. Resolvemos nos unir para começar a produzir e apresentar a alternativa para as mulheres", contou Nara.

O absorvente renovável tem o tamanho semelhante ao convencional (20 cm) e conta com um compartimento onde são guardadas duas toalhinhas feitas 100% de algodão. Nas abas há dois botões que asseguram a fixação na roupa íntima. "O fato de ser de algodão aumenta a ventilação, diminuindo o mau cheiro do sangue", explicou Mônica, que buscou o aval de ginecologistas durante o desenvolvimento do produto. Segundo ela, a eficiência do Modser - o nome faz uma alusão a um novo modo de ser feminino - é equivalente à do tradicional: "Se a mulher troca de absorvente três vezes por dia, ela continua com a mesma frequência". O número de toalhas colocadas no compartimento varia de acordo com a intensidade do fluxo de sangue. "Cada unidade vem com duas toalhas, mas a mulher pode adquirir outras ou usar apenas uma para ter mais segurança."

A produção é feita a quatro mãos. Os tecidos são comprados em um mercado de Taguatinga e higienizados pela própria dupla. "Temos duas máquinas de costura e trabalhamos em casa. É trabalhoso, mas vale a pena. Representa um grande passo na união dos cuidados com a saúde e o planeta", observou Gallina. Até o momento, as amigas produziram e venderam 600 absorventes. Elas trabalham para fazer outros 400 até julho. "A aceitação foi boa. Mostra que as mulheres estão abertas para mudanças e para a preservação do meio ambiente", comemorou a arquiteta. A venda começou entre amigas, que comercializaram para as amigas das amigas e assim por diante. A unidade do modelo padrão custa R$ 12,50 e o noturno, um pouco maior para conter o fluxo à noite, R$ 15,20.
Saúde
Mulheres entre 20 e 30 anos representam a maior parte do público que busca os absorventes amigos da natureza. A culinarista vegetariana Marina Corbucci, 24 anos, soube da existência do Modser há oito meses, em uma conversa com amigas. Resolveu experimentar e aprovou o produto. "É preciso conhecer a intensidade do fluxo para adequar o uso, mas ele nunca me deixou na mão. As toalhas juntas são mais absorventes que o plástico cheio de algodão do convencional. Além disso, o contato com a pele é mais sensível e evita a alergia", contou. Além de cuidar da própria saúde, ela procurou a alternativa para diminuir a produção do lixo vindo da indústria dos absorventes. "É preciso repensar o nosso modo de consumo para ajudar a diminuir quantidade de lixo jogada no planeta", alertou.

O ginecologista Antônio Carlos da Cunha, professor do departamento de medicina da UnB, afirma que os absorventes totalmente feitos de algodão são ideais para preservar a saúde da vagina. "Para manter a acidez da vagina é preciso cuidar do equilíbrio da flora bacteriana. Os absorventes convencionais têm muitos produtos químicos, como perfumes e cola, que prejudicam as bactérias que mantêm a boa saúde do órgão e alteram a acidez da mucosa interna" explicou o especialista. Segundo ele, a química deixa a vagina mais propícia à infecções e reações alérgicas, reclamação frequente entre as pacientes. No entanto, Antônio alerta para os cuidados na limpeza do material. "É preciso tirar os resíduos de sangue, deixar secar totalmente e guardar em local limpo e arejado", complementou.

Segundo a dupla que luta pelo sucesso do Modser na capital do país, a principal queixa com relação ao uso do produto diz respeito à praticidade. Muitas mulheres alegam não ter tempo para lavar o absorvente, outras têm nojo do próprio sangue. Há algumas mulheres que reclamam do vazamento. Mônica explica que no tradicional, por ser vedado com plástico, o sangue escorre pelas bordas. Já no reutilizável, escorre pelos fundos. "São necessários dois ciclos até a mulher adaptar o tempo de troca do Modser à sua necessidade, assim como ocorre com o tradicional. Recebemos pouquíssimas reclamações. É uma questão de adaptação", explicou Gallina. "A mulher deve querer a mudança e entender que o bem virá para todos", concluiu Mônica.
Saiba mais

Veja como funciona o absorvente ecológico Modser
1. O absorvente reutilizável tem o tamanho do convencional (20cm). É composto por três partes: uma bolsa e duas toalhinhas, responsáveis pela absorção, tudo feito 100% de algodão.
2. O posicionamento na calcinha também é o mesmo do convencional. Mas ao invés da cola nas abas, o Modser possui dois botões de metal que asseguram a fixação do produto na roupa íntima.
3. Após o uso, a mulher deve enrolar o absorvente de modo a cobrir a parte que teve contato com o sangue. Os botões ajudam a prender as pontas para não sujar depois de guardar.
4. A bolsa e as toalhinhas devem ser lavadas com água para tirar o máximo de sangue possível e depois ir para uma bacia com água e sabão para ficar de molho. Depois do enxague, é só deixar secar e o absorvente está pronto para ser usado de novo.




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